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Lula x Bolsonaro: Vai ser Titânico

Lula x Bolsonaro - 2o turno

Todos os indicadores revelam que a disputa que será tratada em segundo turno nas urnas presidenciais vai ser fruto de um embate de proporções épicas. E para se sagrarem vencedores, os primeiros dias pós primeiro turno mostram que os adversários não vão poupar ataques de todas as naturezas.

Sem dúvida, a racionalidade de propostas e planos de governo devem ficar para segundo ou terceiro planos. Os números consolidados de votos obtidos no primeiro escrutínio, apresentam uma diferença de 5,28% entre Lula e Bolsonaro, colocando o primeiro colocado a 1,57% de ultrapassar o limite dos 50% dos votos válidos. É a repetição de um cenário contínuo de intensa polarização, que a partir de agora não conta mais com a dispersão dos demais candidatos que ainda tentavam uma luz ao sol, na corrida presidencial.

Nesse embate temos todos os ingredientes. Um país geograficamente dividido, com prevalência de Lula nas Regiões Norte e Nordeste e Bolsonaro nas Regiões Sul e Centro-Oeste. Uma luta de classes entre desassistidos e os mais abonados. Além de uma pauta de costumes sustentadas na crença e espiritualidade. Cada um impondo, à sua maneira, que votar no outro é uma escolha de risco e medo.

Vivemos hoje em uma sociedade encapsulada em Bolhas Sociais, que se alimentam de fatos e informações preparadas para agrupar e dar sentimento de pertencimento aos grupos. E aqui não há a menor necessidade que esses fatos sejam verdadeiros, pois a verdade é o que menos importa. O sucesso das fake news estão justamente em vender um fragmento de elementos, que juntos, contém uma história que se deseja crer e, principalmente, agradável ao grupo que a dissemina. As pessoas sabem que essas postagens, memes ou afirmações são falsas, mas promovem sensação de bem-estar em quem as dissemina, gera pertencimento e relevância dentro do grupo. Tudo feito na valoração e reconhecimento gerado dentro da bolha, com o devido anonimato diante de quem está fora dela. E este cenário, as redes sociais e os grupos de mensageria (WhatsApp e Telegram) são armas essenciais nessa disputa do vale-tudo.

Em uma guerra titânica, onde os dois oponentes vão para o tudo ou nada, geralmente quem perde é a cidade que é cenário para este embate, com seus prédios destruídos e muitos incêndios. Uma analogia importante para o que deve acontecer pós-eleição. Que país estará de pé após 03 de outubro? Uma hipótese é que os tempos seguintes, ainda deverão manter os dois grupos fortes. O que perdeu em plena oposição ao que ganhou. Seja pela cesta de votos que cada um vai obter no segundo turno, seja pela base de apoio, principalmente no Congresso Nacional, que já estão definidas. Ou seja, um povo aquecido nas ruas e uma oposição alerta contra as medidas e projetos do governo daquele que se sagrar vitorioso.

Como olhar para frente, quando o sucesso dos competidores está em promover a divisão do tecido social brasileiro? Lula editou o “nós e eles” que atormentou a vida póstuma do governo FHC. Bolsonaro aperfeiçoou o modelo, fragmentando a sociedade em diversos outros nichos: cristão, comunistas, nordestinos, mulheres, analfabetos, família, cidadãos de bem, entre outros.

O segredo é que estas baixas de guerra possam ser suplantadas pela reconstrução de uma nação que se concentre naquilo que não será importante nas campanhas dos candidatos até o dia 30/10. Como farão o país crescer, se desenvolver, gerar emprego, renda e melhores condições de vida para todo o coletivo da sociedade, abrigando os mais necessitados e dando mais educação para as futuras gerações de brasileiros. Se a disputa é épica, também são os problemas que devem ser enfrentados pelo futuro presidente.

Alexandre Bandeira é Master consultor do Grupo Brasília de Consultoria Política, Diretor da Associação Brasileira de Consultores Políticos no DF e professor-coordenados de pós-graduação em Análise e Marketing Político da Faculdade Republicana. É articulista e analista político para instituições, corporações e organismos de imprensa nacionais e internacionais.