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Dois para mim, um para você
8 de janeiro de 2023

EDITORIAL – As instituições democráticas brasileiras são maiores do que os seus palácios

As cenas lamentáveis de terrorismo assistidas nos quatro cantos do mundo, promovidas por bolsonaristas radicais, não podem ser toleradas.

O Brasil fez uma escolha por eleger seus representantes pelo voto nas urnas. Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro se silenciou por não aceitar a derrota, alimentou sua base para contestar o resultado das eleições, culminando nos atos criminosos praticados nas três sedes dos Poderes da República neste domingo.

Apesar de tamanho cenário de destruição visto neste domingo, o episódio não foi uma catástrofe inesperada. O Brasil acompanha desde a vitória de Luís Inácio Lula da Silva, como presidente de República, uma escalada de violência.

Começaram com a instalação dos acampamentos bolsonaristas em frente às instituições militares, de onde atos golpistas passaram a ser fermentados, a exemplo do badernaço ocorrido no dia da diplomação do presidente eleito. Neste episódio, apoiadores do ex-presidente Bolsonaro promoveram atos de terrorismo com a realização de depredações e incêndios de bens públicos e privados e a tentativa de invasão do edifício-sede da Polícia Federal, em Brasília.

Veio em seguida a tentativa de explosão de um caminhão-tanque nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília, e de diversas outras denúncias de bombas espalhadas por todo o DF. E ontem, essa horda criminosa foi escoltada do acampamento em frente ao Quartel General do Exército, pela Polícia Militar do DF, para promover as cenas de terror e vandalismo.

Tudo isso aconteceu sob os olhos das autoridades competentes, que deveriam resguardar a ordem e a proteção dos bens públicos na capital do país. Toda a movimentação nas redes sociais e nas estradas que dão acesso à Brasília, deixavam claro que essa movimentação não tinha sequer a preocupação de esconder os reais propósitos do que esses criminosos tinham em mente, ao ocupar a Praça dos Três Poderes.

Tais terroristas comemoraram as depredações, se vangloriaram nas redes socais e apostaram que a partir dali a República e a Democracia Brasileira seria substituída por uma provável intervenção militar. Ledo engano. A barbárie produziu danos de proporções incalculáveis. Mas ficou restrita as perdas patrimoniais e de acervo cultural. E foi só isso.

As instituições permanecem de pé. Seus atores todos condenaram os ataques e estão coordenados para tratar os responsáveis pela letra mais dura da Lei. A Democracia Brasileira saiu dos escombros ainda mais forte e a República, em harmonia para combater quem não as respeita. Tudo com o aval da maioria da população brasileira, que não quer nada menos que a identificação e a exemplar punição a todos: baderneiros, incentivadores, financiadores e autoridades omissas. Todos terroristas.

GRUPO BRASÍLIA

FOTO: Gabriela Biló/Folhapress