

Nos últimos dias o Partido dos Trabalhadores e o Palácio do Planalto andaram se estranhando. O motivo foi o tipo de manifestação que o Governo Federal deveria adotar, em comemoração ao 1º. de Maio – Dia do Trabalho. O PT defendia ser esta uma ótima oportunidade de convocar uma cadeia nacional de rádio e TV para falar principalmente da posição que o executivo tem em relação ao projeto de lei que trata da terceirização, recentemente aprovada pela Câmara dos Deputados.
Já o Palácio do Planalto nem de longe quis saber de voltar a ocupar os televisores dos brasileiros, depois da última experiência que gerou um panelaço nas principais cidades do país no dia 08 de março e uma onda de mobilização nas ruas, com discursos contrário do governo e ampla cobertura da mídia. Mesmo com a mobilização de 12 de abril sendo menor que a de 15 de março, a avaliação é de que a população ainda está em alerta e uma nova fala da presidente Dilma, poderia voltar a esquentar os ânimos da população e alimentar uma nova mobilização.
Do ponto de vista estratégico, acerta o Palácio do Planalto em buscar outros meios de se comunicar para a população neste instante. No caso, utilizando as redes sociais, para falar diretamente com a militância e os apoiadores da presidente. Aliás, será a primeira vez que Dilma não vai se pronunciar em cadeia de rádio e TV no Dia do Trabalho. Mas é muito melhor prevenir, do que remediar uma situação de crise de imagem.
A justificativa oficial da secretaria de comunicação do Palácio do Planalto é que é preciso valorizar outros modais de comunicação e que as redes permitem dialogar com a sociedade, o que a TV não faz. Obviamente este discurso só deve se estender até que os indicadores de satisfação do governo e da presidente voltem a subir.
Quando ao PT, resta se conformar. Afinal, é muito cômodo criticar uma situação, onde quem tem que colocar a cara para bater não é o partido. E somente quem já apanhou, sabe o quanto dói.
Alexandre Bandeira,
Consultor Político